23 de agosto de 2012

Poema "Perguntei"

Como vos prometi, aqui vai um poema feito pela minha gorda (Amy=Rita) que tem o maior jeito do mundo! 



Perguntei…

Perguntei à noite, silenciosa como é
Se era um mundo mais perfeito
Recebi um sussurrar suave
Dizendo ‘no meu mundo, não há defeito…
Não há gritos, nem palavras feias
Não há choros ou um único lamento
Apenas o silêncio mais silencioso
De quem descansa do sofrimento…’

Perguntei ao dia, tão alegre como parece
Se escondia tais segredos
Fez-me entender que não
Pois só tinha era medos…
Medos diversos, na verdade…
O medo de amar, o medo de sentir
O medo de partir, o medo de errar
O medo de saltar, o medo de arriscar
O medo de nunca mais voltar a voar…

Perguntei ao pássaro, que livre é certamente
Se era fácil voar
Respondeu que esse ato
Era tão simples como respirar…
Depois, com curiosidade
Perguntei como se fazia
E se me podia ensinar
Recebi uma grande lição:
‘ Voar não se aprende’, disse-me ele
‘Voar vem do coração’…

Perguntei ao vento indomável
Porque não o conseguia ver
Disse-me que sentir é suficiente
Para quem sabe certamente
Que os olhos nada são
Quando comparados com o coração….
Acabei por concordar com ele
Acabando por entender
Que não há nada mais valente
Que julgar sem olhos ter…
Pois sem o sentido da visão
Não há defeitos, preconceitos, julgamentos
Não há inimigos, pois estes são os olhos que os criam
Não há errado ou feio, nem sequer o ‘ser banido’
Não há nada que se possa interpor
Entre o diferente ou o desconhecido…

Perguntei ao fogo, sendo tão belo como é
Porque nos queima e magoa
Afirmou que tínhamos de perceber
Quão perigoso o belo pode ser…

Perguntei ao coração,
Se a expressão ‘coração partido’, tinha uma ponta de verdade
Respondeu-me que se alguém o partisse
O meu sofrimento…iria parecer uma eternidade…
Depois, perguntei-lhe outra vez
Se tinha mesmo a certeza
Pois eu tinha ouvido falar
Que segundo os cientistas
Partir-se o coração
Era algo que seria feito em vão…
Segundo Eles, isso é impossível:
O coração não se pode partir.
‘Então, e agora coração…’
Disse-lhe eu, amargamente
‘Como explicas a verdade nessa triste afirmação?’
Riu-se de mim e sussurrou suavemente:
‘A ciência que nada sente, nada é
Comparada comigo, que sou abraçado pelo sofrimento…
É como se tentasses igualar
Lógica ao mais profundo sentimento…
A lógica a meu lado
Não tem qualquer razão
Afinal, quando amas…o que ouves?
A ciência ou o coração?’

Perguntei à minha alma
Porque está escondida
Se é mais bela que o corpo
Porque não haveria de ser reconhecida?
Respondeu-me que assim é
Porque só aquele que a alma vê
Sem ligar ao seu exterior
É que pode ser honrado
Com todo o meu amor…

Por fim, perguntei ao mundo
Porque tínhamos de partir
Porque tínhamos de envelhecer
Porque tínhamos de morrer…
Porque não podíamos simplesmente,
Ser jovens eternamente…
Olhou para mim e disse
Que cada um tem o seu tempo
Para saborear o sabor da vida
Mas que nada é eterno,
Daí a nossa partida…
Continuou dizendo
Que a morte não é o fim
Por vezes, a alma adormece
Descansa por um bocado
Para mais tarde poder regressar
Recuperando tudo o que para trás foi deixado….
Outras, fica por lá
Brincando eternamente
Brincando, sabendo que é livre
Como uma criança que nada sente…
Noutras vezes…
Simplesmente fica adormecida
Quentinha nos seus lençóis
No conforto do sono
Pois, tal como quando sonhamos
Sabemos que nada nos pode magoar
Depois de entrarmos nesse reino mágico
Nada de mau nos pode alcançar…

2 comentários:

  1. Uau *o* Que LINDO!! A Ritinha tem imenso jeito para a cena xD Os meus parabéns à menina pelo poema que está lindíssimo!!

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a vida é muito curta para guardares o que pensas só para ti!